quarta-feira, 27 de junho de 2012

Não me ensine a militar


Entrei há pouco tempo no feminismo, mas foi um mergulho de cabeça. E de lá para cá, tenho usado meus perfis em redes sociais, esse blog e a minha vida para militar. Lembro-me de quando houve a polêmica em torno daquela propaganda da Hope, da Gisele Bündchen. O que eu ouvi de "ah, vai mesmo reclamar sobre isso? porque você não vai reclamar do salário desigual para homens e mulheres!?" e variantes... O que acontece é o seguinte: Toda vez que nós, feministas, reclamamos de violência simbólica, aquela que ocorre de forma velada e no dia-a-dia, somos chamadas por alguém a nos calar. Ou porque dizem ter coisa mais importante para reclamar (Oi, quê?), ou porque simplesmente não deveríamos falar sobre feminismo (um exemplo clássico: "da corrupção que assola o Brasil ninguém fala"), ou ainda porque a pessoa é incapaz de enxergar a opressão que existe sobre as mulheres.


Imagem do tumblr
 Machismo chato de cada dia
A galera que diz que deveríamos falar da corrupção no Brasil merece um aparte. Absortas que estão em diminuir qualquer movimentação em torno de um grupo oprimido, as  pessoas se esquecem que é possível falar sobre duas coisas, os temas corrupção e feminismo podem coexistir! Sim, é verdade, é possível! :O E mesmo que não falemos de corrupção, ninguém é obrigado a apoiar todas as causas do mundo, cada um luta por aquilo que julga ser importante. Quem reclama que os militantes de algum movimento social, e não somente o feminismo, deveria militar apenas contra a corrupção normalmente não é militante de nada. Porque quem é ativista, de sofá ou não, tende (infelizmente, nem sempre) a respeitar mais a luta do outro. 




Há quem acredite que o feminismo está errado em se expor de peito aberto. E afirmo logo que esse grupo não enxerga além dos seus privilégios. Acreditam que há feministas que "queimam o filme" do movimento. O motivo? Estamos erradas em não sussurrar delicada e sensualmente no ouvido do opressor, mas gritar por igualdade. O feminismo é um movimento muito axiomático, de cunho ético e moral muito bem delineados. Não há distorção da informação, manipulação de palavras. Apesar de ser um movimento plural, a assertividade é uma característica comum da ideologia. E isso incomoda. Sempre tem uma pessoa, normalmente um homem heterossexual (sim, lidem com isso!), que diz que não estamos fazendo certo. Querem nos dizer sobre o quê e como militar! É de uma arrogância sem fim. 


Sobre isso, a @Carinaprates_, fez uma sequência de tweets muito boa:


1. Todo mundo é super revolucionário de esquerda até que o assunto é: mulheres."
2. Capítulo 1: O feminismo "ideal"
3. A graciosa feminista com um sorriso pueril nos lábio diz: "Com licença, senhor opressor, permita-me discordar do seu machismo?"
4. A delegada feminista diz para um marido que espancou a esposa: "Querido, o senhor não deveria ser tão duro com a sua amada esposa"
5. A feminista militante diz numa reunião mista: "Sei que os homens também são oprimidos pelo machismo, por isso devemos lutar por vocês"
6. No final da reunião, a graciosa feminista serve o café. Não por gentileza, mas porque foi escalada por homens para isso. Ela sorri.
7. A feminista "ideal" pergunta para os homens se pode resistir ao machismo e como fazê-lo.
8. E assim, ninguém "queima" o feminismo e atingimos o nosso objetivo. Igualdade? Não, boba, não incomodar os homens, uai.
9. Fim.



Para finalizar existe o grupo que vive em um planeta diferente do que eu vivo, onde não existe opressão e todo mundo está enxergando pêlo em ovo: as mulheres já estão em pé de igualdade total com os homens, o Brasil é um país miscigenado onde não existe racismo, os LGBTT's querem tomar os direitos dos heterossexuais, etc, etc, etc. Esses são os backyardigans que armam altas confusões imaginando tudo sem sair do quintal de casa. Adoram invisibilizar o problema alheio, porque se não há problema para ele, por que teria para os outros, não é?


Podemos dar um nome à essa invisibilização (que pode ou não ser feita com má fé) dos problemas femininos: "Backlash". Susan Faludi, escreveu em 1991, há mais de 20 anos atrás, o livro "Backlash" sobre o ataque da mídia contra o movimento feminista, que ganhava força na década de 80. E hoje, não é muito diferente. Há muita gente (não apenas na mídia tradicional) por aí numa guerra não-declarada ao feminismo. Disse Susan:

"Embora o contra-ataque antifeminista não seja um movimento organizado, nem por isto deixa de ser destrutivo. Com efeito, a falta de coordenação, a ausência de uma única liderança só servem para torná-lo menos visível — e talvez mais eficiente. Um backlash contra os direitos das mulheres tem sucesso na medida em que parece não ter conotações políticas, na medida em que se mostra como tudo, menos uma luta. Ele é tanto mais poderoso, quanto mais consegue transformar-se numa questão privada, penetrando na mente da mulher e torcendo a sua visão para dentro, até ela imaginar que a pressão está toda na cabeça dela, até ela começar a impor as regras do backlash a si mesma"  (tradução retirada do wikiquote).


Se você é homem, branco, heterossexual e de classe média/alta você até pode fazer parte de uma minoria que apóia e compreende o movimento feminista, mas via de regra, você é histórica e culturalmente a classe mais privilegiada. E esse seu privilégio fala mais alto toda vez que você tenta calar o feminismo. Porque quando você afirma que deveríamos lutar por algo mais importante, você simplesmente ignora o que é importante para nós. Ninguém está mais gabaritado para saber sobre o quê e como se deve reclamar do que o oprimido. A opinião externa, de quem analisa tudo de uma posição privilegiada, muitas vezes nem tem a intenção de oprimir, mas na real é isso que acontece. Fale como devemos nos comportar e é exatamente isso que você estará fazendo: Nos oprimindo ainda mais.

Chega a ser ridículo de tão patriarcal. É como se dissessem "coitadinhas delas, são bem intencionadas, mas não sabem o que estão fazendo". Novidade: Sabemos, sim. Homens, não nos ensinem a militar. Se vocês não querem fazer parte, não querem ajudar, não atrapalhem (muito): Não ousem tentar calar a nossa voz, porque não nos calaremos, na verdade a cada vez que tentarem falaremos mais alto. Fiquem na sua, mas saibam que a neutralidade sempre favorece o lado opressor. 
Fotografia da Marcha das Vadias de Brasília,
 de Sérgio Kremer Groff 

33 comentários:

  1. esse texto fala por várias de nós, EXCELENTE!

    Mari

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  2. Desde que comecei o Slut Shaming Detected (http://slutshamingdetected.tumblr.com) o que mais ouço é gente me mandando fazer coisas mais efetivas, como se eu já não fizesse ou como se educar as pessoas a reparar nas pequenas merdas que dizem todos os dias não fosse algo efetivo. Depois que uma amiga mostrou o tumblr pra um conhecido e ele disse que nunca tinha parado pra pensar nisso, acho que esse pequeno pedaço da internet já cumpriu seu propósito.

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    1. Pois é Fabiane, por aqui no Ativismo também. Aliás nem precisa ter tumblr, blog, rede social, nada disso. Basta sair do senso comum. Saiu dele imediatamente somos chamadas a nos calar, alguém vem dizer que é bobagem, que não adianta, que é melhor fazer outra coisa. Deixo a modéstia de lado para dizer que estou muito orgulhosa do que escrevi, porque é algo que estava preso, sabe? que precisava sair.

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  3. Esse texto lavou minha alma. Muitas coisas que eu sinto, mas não conseguia traduzir em palavras estão aí. Só posso agradecer a autora.

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    1. Acho que escrevi sobre algo que está incomodando a muitas de nós, infelizmente. :(

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  4. Ótimo texto!
    É esse tipo de comportamento que nos deparamos todos os dias.

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  5. Mulher quente essa! "Seguiremos em Marcha até que todas nós sejamos LIVRES!"

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  6. : ) Meu coração se alegra de ver tanta força num texto só!

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  7. Detesto como você encerra. “Homens, não nos ensinem a militar.” Até então estava maravilhoso. Sou homem, feminista militante, e acho que a palavra perfeita para isto é “machistas”. Machistas de quaisquer identidades de gênero ou orientação sexual. Há homens e mulheres tentando calar o feminismo. Sinto-me ofendido e excluído, e decepcionado, diante desta generalização femista do termo “homem” quando parte da luta feminista, minha luta e sua luta, é contra a generalização podre, preconceituosa e sexista do termo “mulher”.

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    1. Pois mesmo que você seja feminista, não está certo que um homem ensine uma mulher a militar pelo feminismo. Porque essa luta é nossa. É como um branco, mesmo que não seja racista, tentar ensinar um negro a militar. E me desculpe, Hector, mas ofendeu-se à toa, porque deixei bem claro em todo o texto quem eram as pessoas a que eu dirigia o texto. E você é a exceção, não se esqueça disso. Quando a gente dá mais valor a apresentar a exceção do que a regra, também invisibilizamos o problema. Falo e repito: HOMENS, não me ensinem a militar. Aliás, bem engraçado que a primeira crítica que eu recebo venha exatamente de um homem. Porque TODAS as feministas (E homens feministas também) que eu conheço gostaram e se identificaram muito com cada palavra. Em vez de se ofender, vamos pensar um pouco mais no privilégio que é ser homem.

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    2. Hector, você acabou de tentar nos ensinar a militar, sabia?

      Primeiro, todo mundo carrega resquícios de machismo, mesmo sendo feminista, eu, você, a Gizelli, todo mundo mesmo. E, particularmente, acho que seu comentário foi machista por ter usado o termo "femista".

      Quando eu li "generalização femista" nem me deu vontade de ler o resto, sabe por quê? Porque você tá nos acusando de femistas analisando a forma de militância escolhida. Homens oprimem mulheres. Homens héteros e brancos oprimem mulheres e outros homens não héteros e/ou não brancos. E só porque existem homens que são feministas quer dizer que eu não posso mais criticar o opressor? E nem o comportamento padrão dos homens? (Masculinidade, né?).

      Você ao falar em femismo tá comparando a "violência" do oprimido com a do opressor. E tá usando da falsa simetria, porque meu discurso militante é desvalorizado por eu ser mulher e por eu ser feminista, quase todo mundo (até hoje foram só homens) que participaram de debates comigo tentaram me mostrar como eu estava enganada a respeito do feminismo, supondo que eu, por ser mulher, era menos inteligente e precisava de "luz".

      Você tem um privilégio, pronto. Homens, em geral, tem privilégios. Se a gente aponta esse privilégio, a gente não tá te chamando de monstro, a gente não tá falando DE VOCÊ.

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    3. olha, só! tem gente querendo confete por respeitar as mulheres!

      Mari

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    4. TODO homem, feminista ou nao, hetero/branco/rico ou nao, ocupa um lugar privilegiado em relaçao às mulheres de estratos equivalentes, em nossa sociedade. Isso deve ser um pressuposto pra qualquer um que se identifique como feminista. O texto da Gizelli tem o mérito (entre outros) de nos alertar para os abusos que (deliberadamente ou nao, conscientemente ou nao) podemos perpetrar, justamente porque ocupamos um lugar privilegiado, designado por este termo: feministas ou machistas, somos *homens*. Para quem entende isso, o texto oferece uma ótima oportunidade para a autocrítica.

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    5. Aposto que não ficou decepcionado nessa parte:
      "Human beings are a disease, a cancer of this planet. You're a plague and we are the cure."

      Ergo, provavelmente sente-se mais ligado ao conceito masculino (tanto que se ofendeu com a generalização) do que o humano. Talvez não seja tão feminista assim.

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  8. Amei o texto, Gi! Me identifiquei bastante. E sabe o que é tão comum quanto a galera que quer pautar as causas da militância alheia? O povo que pauta os espaços.

    "Rede social não é lugar pra isso", "pra mudar as coisas de verdade você tem que estar inserido em um partido", "isso não é misoginia, é só um desenho animado" e frases parecidas costumam fazer parte do meu dia. E, alem de dizer sobre o que você deve falar, quando falar, aonde e com quem falar, as pessoas se acham no direito também de reclamar da sua reação a esse exemplo de cagação de regra 5.0. COMOLIDAR, CHESSUS?

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  9. Não há como ser feminista e não se identificar. A gente passa por esses abusos constantemente.
    Parabéns pelo texto.

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  10. Sou uma feminista solitária, fui criada numa família com um pai machista, minhas tias e tios , são na maioria machistas, a família de meu marido, minha sogra e duas cunhadas são extremamente machistas, ficam me criticando só porquê meu marido me auxilia nas tarefas domésticas, e olhem bem, ele não divide as tarefas e sim me auxilia. Certa vez a neurologista do meu filho , olhou-me com espanto quando informei a ela que meu marido ficava com meu filho desde o nascimento no período da manhã , sozinho em casa.( sem ajuda de nenhuma mulher). O olhar dela me fez parecer uma criminosa. Como se um pai não pudesse cuidar de um bebê.
    Meu pai certa vez disse-me que meu marido era um coitado porque o viu passando uma muda de roupa. Aí eu me pergunto? Por quê os homens são coitados? É como se a esposa devesse tratar o marido como um filho, protegê-lo, cuidar dele, assegurar-lhe que seu universo doméstico está em perfeita ordem para que não corra o risco de ser "trocada por outra". Confesso que minha sogra e minhas cunhadas torcem para que isso aconteça ( Aí eu terei o que mereço por ser tão cruel )E olha que não me acho um modelo de feminista, gostaria de ser muito mais!
    Acho que a raiz da luta feminista está com certeza na ação das mulheres, que devem procurar educar seus filhos e filhas voltados a um pensamento feminista, pois não adianta nós apoiarmos esse movimento e criarmos nossos filhos com visão machista.
    MULHERES ACORDEM! CHEGA DE OPRESSÃO! PAREM DE BANCAR AS BURRAS E JOGAR NO TIME DO CONTRA! TEMOS UM PODER EM NOSSAS MÃOS , É SÓ MUDARMOS NOSSAS ATITUDES PARA QUE A SOCIEDADE MUDE COMO UM TODO

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  11. Muito bom o teu texto, justamente você escreveu sobre algo que nos incomoda diariamente. Eu me pergunto porque as pessoas, homens e mulheres, se acham no direito de nos ensinar a militar?
    Porque o marido da Janaina acima é um coitado por passar sua muda de roupa? Porque ela não seria uma coitada se ela passasse pra ele? Aí ela só estaria "fazendo a sua obrigação"?
    Essa semana li uma frase muito boa: O problema não é ver machismo em tudo, o problema é não ver!

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  12. Perfeito seu texto Gizelli. Não sou militante ou pelo menos não me sinto um. Sou um homem negro e de classe média, certamente possuo mil resquícios de machismo. Mas com certeza me identifico com cada uma das suas palavras!

    Marcello
    mesxavier2@hotmail.com

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  13. Pra mim, as mulheres não querem enxergar que são oprimidas, pq na cabeça delas é desfazer toda uma construção do que é felicidade. Sempre digo sem medo de errar: Uma mulher só pode ser verdadeiramente feliz quando se liberta de conceitos pré-definidos socialmente! E essa liberdade tem nome: consciência feminista. (Eu, pelo menos, sou anos luz mais feliz do que quando era só mais uma mulher machista e ignorante... Até pra se relacionar com um homem, a mulher precisa ter essa consciência, senão só aparece bomba chiando na vida dela...)

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    1. é uma visão interessante. as mulheres somos criadas para achar que felicidade é: 1) ser bonita (magra, branca, durinha, gostosa e depilada), 2) arrumar um homem e casar (e aí garantir o respeito da sociedade, proteção, estabilidade financeira e emocional, sexo, tudo!!! marido-bombril 1001 utilidades), 3) ter filhos, 4) consumir produtos e procedimentos de beleza para continuar sendo bonita, 5) ter uma empregada (escravizar outra mulher para fazer a parte chata que nos cabe)

      aí você diz pra essa mulher que essa lista é machista. e ela que vinha se dedicando à lista tão persistente fica bolada contigo e não quer mudar. se prometeram a felicidade a ela naqueles termos, como assim nós queremos tirar?

      aí eu me pergunto: até onde nós atuamos? cabe a gente dizer como ela pode ser feliz? se ela realmente acredita que se submeter a isso tudo faz dela uma pessoa feliz, quem somos nós?

      aí eu vejo q o problema não é uma mulher ser feliz nos moldes dos anos 50, mas a sociedade/governo/empresas/instituições acharem q todas as mulheres devem e querem ser assim. que pra uma mulher se sentir protegida, segura, estável, forte, trepar e ter dinheiro, ela não precisa de marido, que todas nós devemos ter isso garantido sem casar.

      então é importante sim que a gente diga que essas coisas são determinadas à nossa revelia e que não precisam ser assim e que devemos ser aceitamos como nós queremos ser. cabe à moça que curte viver nos anos 50 enxergar que ELA curtir aquilo nao pode obrigar a todas nós a curtirmos

      (argumento, alias, sempre lembrado na questao do aborto: ser contra nao autoriza ninguem a mandar no utero alheio)

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  14. Apesar que não me parece correto tentar invocar uma causa enaltecendo-a e por outro lado desdenhando um determinado estereótipo. Eu me considero tudo isso, branco, etc. Por outro lado sofri muito na vida. A tal ponto que me apeguei nas causas dos mais humildes e oprimidos porque aprendi de verdade o valor do sofrimento. O que torna uma pessoa 'pequena' não é como ela é por fora. Embora talvez esses aspectos favoreçam uma possível alienação - e na maioria dos casos é assim que ocorre -, qualquer generalização nesse âmbito é delicada. Fazer das exceções componentes da regra é usar do mesmo reducionismo e simplismo que é usado por esse público alvo que o texto ataca. Quero dizer, não é por ser branco, heterossexual e de classe média que implica necessariamente não ver (e enxergar) o valor das causas dos oprimidos.

    Desculpe, não quero parecer reacionário, mas é que me senti abrangido (e talvez discriminado) pela descrição do estereótipo, porque usou de uma ênfase tamanha que não parece ter dado muita margem a exceções. Existem muitas variáveis em questão que tornam um indivíduo alheio ao padrão do homem-modelo e bem-sucedido do que simplesmente ser branco, heteressexual e de classe média. Possuir essas características não é sinônimo de sucesso, embora sejam talvez os aspectos mais levados em conta em muitos casos não são nem de longe os únicos que elevam um simples ser humano a um padrão considerado superior - e portanto suscentivel a ser insensivel com os problemas dos mais humildes. Um simples problema de saúde por exemplo pode sublevar este indivíduo a uma condição de extrema opressão e sofrimento. Espero não ter feito tempestade em copo da água.

    Lembrando que esta foi uma crítica ao texto, e que nem de longe envolve sua pessoa, que é uma pessoa com quem tenho muita afinidade ideológica. Abraços.

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  15. quanto ao feminismo, o único problema é quando se utiliza dele para promover um discurso machista invertido, geralmente e na grande maioria é de pessoas que realmente não sabem o que é feminismo
    ou as que se comportam como objeto achando-se feministas (achar que dormir com um lider de partido para subir politicamente e se dizer feminista, por exemplo)
    isso nada mais é do que a velha estratégia de modificar um discurso para que assim ele não interfira no pensamento dominante(o machismo, por exemplo)
    alguns cartazes na marcha das vadias tinham mensagens que soavam dentro destes dois aspectos, mas não eram em nenhum momento maioria.
    de resto seu texto está muito bom, vou compartilha-lo.

    mas é vero, foi interesante ver a reação das pessoas
    a liberdade feminina só é justificavel para muitos, quando isso garante uma vantagem para o exteriótipo de homem machista.

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  16. Ok, deixem elas se perderem sozinhas. Ser militar é algo proeminentemente masculino. Affz. (guerrinha dos sexos metalinguistica, mulheres lutem por igualdade, não pelo poder da xana. Como visto na Marcha das Vadias e pelo poder dos peitos, como visto no Femem (n ))

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    1. Cê tem problema de interpretação de texto? Ou o seu machismo te deixa cego o suficiente pra você não entender o que é militância, o que é feminismo e o que é direito ao próprio corpo?

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  17. "lutar por algo mais importante"

    Toda vez que eu falo sobre o que for, anarquia, democracia, socialismo, igualitarismo (por ser homem, branco, hétero e da classe média uso esse termo em meio aos meus para conseguir uma abertura de argumentos, mas com o tempo mudo o termo para feminismo) sempre acabo ouvindo a mesma frase, de que valeria mais "lutar por algo mais importante"

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  18. [sarcasmo] Essas feminazi procuram machsimo em tudo, que coisa chata! Só quero fazer minhas piadinhas misóginas/homofóbicas/racistas em paz, bando de mal comida

    [/sarcasmo]

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